Como os anúncios da Volkswagen mudaram a publicidade no mundo?
Você sabia que houve uma época em que o Fusca era rejeitado? Isso mesmo, logo que foi criado. Mas os anúncios da Volkswagen o transformaram em um desejo de muitos. Mas não foi só esse carro que foi transformado pela publicidade. Todas as outras campanhas e anúncios também. Confira mais sobre essa história a seguir.
Como vimos, o Fusca não foi bem recebido logo após seu lançamento e seu sucesso parecia estar em um lugar inalcançável. O desenvolvimento do veículo começou por volta de 1930 e foi o primeiro modelo a ser fabricado pela companhia alemã Volkswagen. Anos mais tarde, o beetle (como era chamado em inglês) chegou aos Estados Unidos provocando uma certa estranheza, pois era um carro alemão (em plena era pós-nazi).
Porém esse não era o único desafio a ser superado pela marca, o Fusca tinha vários quesitos contra ele e que o tornavam a última opção entre as famílias da época. Ele era pequeno – comparado com os carros que os consumidores estavam acostumados –, com um motor fraco e ainda associado a Adolf Hitler, que apoiou a fabricação do veículo, pois o considerava ideal para as tradicionais famílias alemãs da época, formadas por dois adultos e três crianças.
Os anúncios da Volkswagen nos anos 60
Com o objetivo de reverter essa imagem negativa, a Volkswagen escolheu a agência Doyle Dane Bernbach, ou simplesmente DDB, no final da década de 1950 para criar as novas campanhas da marca. Na época, – marcada pelo “american way of life” – os anúncios eram tão extravagantes quanto os carros, as ilustrações eram coloridas, com pessoas sorridentes e bem vestidas.
Logo, Bill Bernbach achou que seria impossível competir com isto, principalmente quando marcas como Ford e Chevrolet gastavam milhões com publicidade. Literalmente! O orçamento das gigantes norte-americanas com campanhas publicitárias ficava acima de US$ 30.000,000 todos os anos, enquanto a Volkswagen disponibilizou cerca de US$ 600.000 no primeiro contrato com a DDB.
Parecia impossível criar uma boa campanha publicitária e, claro, que gerasse lucros para Volkswagen, certo? Mas a principal sacada da DDB foi utilizar os pontos negativos do veículo transformando-os em vantagens. Desta maneira, em 1969 circulava pelas páginas da revista Life a primeira peça produzida pela agência para a VW.
As famosas campanhas
Os anúncios da Volkswagen quebraram todas as barreiras e expectativas da época, era uma imagem do Fusca distante e em preto e branco com a seguinte frase em destaque Think Small, que quer dizer pense pequeno, algo que geralmente tem um sentido negativo. Mas a proposta era justamente evidenciar o fato do automóvel ser pequeno e tornar o momento de guardar na garagem, enfrentar o trânsito na cidade e, também, na hora de estacionar muito mais fácil. Além disso, como era menor que os demais veículos, o Fusca precisava de um motor pequeno e mais econômico, ou seja, gastava menos gasolina.
O projeto minimalista da campanha foi criado com o propósito de atrair a atenção das pessoas diretamente para o carro, fez com que a agência economizasse dinheiro com a peça e se destaca-se entre os outros anúncios coloridos da revista. Outros detalhes que merecem destaque são: a imagem não dá ênfase para pessoas ou famílias, diferente dos demais anúncios que eram veiculados, isso promoveu o anúncio entre os mais jovens. E o texto é totalmente fora daquele padrão que tenta convencer as pessoas a comprar algo como se fosse a melhor opção do momento. Porque o Fusca não era.
Confira abaixo a tradução da descrição inserida no anúncio Lemon:
A propaganda fez com que a marca alemã aumentasse suas vendas em 23% no primeiro ano. Conseguiu também atingir resultados impossíveis de se medir, como converter a Volkswagen em uma referência contracultura nos Estados Unidos. A partir desse momento a publicidade mudou. Tornou-se mais visual, mais conceitual e com menos textos explicando o óbvio. As campanhas seguintes da DDB repetiram a fórmula, porém mostrava ainda mais a ideia de explorar os defeitos do carro como se fossem qualidades.
A chegada do Fusca no Brasil
Graças ao esforço publicitário, o território estadunidense havia sido conquistado e o Fusca tornou-se um sucesso mundial, chegando ao Brasil em 1950. As publicidades marcantes e quase sempre cômicas trouxeram alguns slogans que fizeram história, como: “A tartaruga mais veloz”, “Quer moleza, compre um Santana”, entre outros. Por aqui, a campanha do Fusca que brincava com a suposta falta de habilidade das mulheres ao volante teve uma grande repercussão. Sua ousadia transformou a publicidade brasileira.
Diante do sucesso, o carro passou a ser montado no Brasil a partir de 1953, na antiga Brasmotor, em São Bernardo do Campo. A história do Fusca transformou a história da indústria automobilística no país e até mesmo com a do povo brasileiro, que aprendeu a andar de carro com o modelo, por exemplo.
O modelo se tornou o mais amado pelo brasileiro, tanto que quando foi anunciada sua saída do mercado, em 1986, houve uma grande comoção nacional e até homenagem da concorrência. Em 1993, em seu relançamento feito pelo presidente Itamar Franco – um apaixonado pelo “beetle” – diversas campanhas marcaram seu retorno, como a “Buracos, voltei”, “Surpresa”, “Confirmado: existe reencarnação” e “Sorria, ele voltou”.
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