Praticamente tudo no mundo é regido por leis e regulamentações, com as propagandas e publicidades não é diferente. Sejam elas feitas para TV, rádio, jornais, revistas ou internet, todas devem estar de acordo com os critérios do CONAR (Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária).
Entender o que é esse conselho e estar de acordo com as regulamentações dele é fundamental para não ter o seu trabalho prejudicado na internet. Quer saber mais sobre o CONAR? Continue a leitura.
O que é o CONAR?
Fundado nos anos 70, o CONAR é responsável por fiscalizar campanhas e anúncios publicitários feitos no país para que estejam de acordo com o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária.
Ou seja, o objetivo do conselho é evitar a veiculação de propagandas que possam conter conteúdo ofensivo, enganoso ou abusivo, por exemplo.
Todo cidadão que se sentir ofendido, lesado ou desconfortável por algum tipo de conteúdo comercial, pode e deve realizar uma denúncia ao CONAR. A denúncia é analisada e cabe ao Conselho de Ética do CONAR decidir se o comercial realmente desacata o que está previsto no código. Porém, é garantido ao acusado o amplo direito de defesa.
Caso seja constatado que a denúncia tem cabimento, o Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária pode solicitar a suspensão ou correção da peça publicitária. Podendo ainda advertir o anunciante e a agência.
É importante esclarecer que esse conselho não possui poder de executar medidas punitivas e nem mesmo de retratação ao consumidor que se sentiu lesado. Portanto, ele não pode multar, mandar prender, negociar trocas ou devolução do dinheiro ao consumidor.
Por que o CONAR é tão importante?
Se você faz uso de propagandas e anúncios para promover sua marca ou produtos, é fundamental estar por dentro de todas as normas, não só para ficar livre de denúncias, mas também para não gerar uma imagem negativa sobre a empresa e acabar se prejudicando.
O CONAR serve para impedir que a publicidade enganosa ou abusiva cause constrangimento ao consumidor ou a empresas e defender a liberdade de expressão comercial. Assim, ele é fundamental para manter a ética na publicidade e garantir que os cidadãos não se sintam desrespeitados, enganados ou ofendidos.
Além disso, esse conselho serve como um porta-voz dos consumidores. Quando se sentir incomodado por causa de alguma publicidade, seja por machismo, racismo, apelo sexual e etc, fique a vontade para fazer uma denúncia através do site do Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária.
Exemplos propagandas que foram barradas pelo CONAR
Hoje em dia os consumidores não aceitam que conteúdos ofensivos ou polêmicos circulem por aí. A possibilidade de denunciar peças publicitárias permite que eles exijam ética, justiça e direitos. Assim, muitas propagandas acabaram sendo barradas pelo CONAR e se tornaram exemplos do que NÃO fazer. Confira a seguir algumas propagandas que foram notificadas:
Havaianas
A marca brasileira de sandálias é conhecida por seus comerciais curtos, divertidos e sempre estrelados por famosos. Porém uma propaganda de 2009 com Cauã Reymond causou polêmica por seu conteúdo com apelo sexual.
Na história neta e avó estão em um restaurante para almoçar. Durante o papo, a senhora repreende carinhosamente a moça por estar de chinelos. A garota explica que não são chinelos, mas as Havaianas Fit. Neste momento, entra Cauã Reymond, e as duas, lógico, param imediatamente de falar para observá-lo. Tudo vai bem até que a avó sugere que a neta faça sexo sem compromisso com o ator. O CONAR recebeu várias denúncias e decidiu vetar o comercial. O vídeo você pode assistir abaixo:
Couro Fino
Em 2013, a marca de sapatos Couro Fino causou polêmica com uma campanha para o Dia das Mães, utilizando imagens de uma criança com elementos adultos.
O problema é que a garota aparece maquiada e usando sapatos que seriam da mãe. A marca foi acusada erotizar a imagem da criança que aparece de calcinha e em poses sensuais.
Bomnegócio.com
O que era para ser uma propaganda inofensiva acabou se tornando polêmica. No comercial, protagonizado pelo cantor Cumpadi Washington, a palavra “ordinária” não soou de forma engraçada e foi a causa de mais de 50 denúncias ao Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária.
De acordo com os consumidores, a maioria mulheres, o termo “ordinária”, dito no comercial, é ofensivo e extrapola os limites do humor. A decisão pela alteração foi escolhida por unanimidade.
Visa
Em 2013 a empresa de serviços financeiros, Visa, criou uma propaganda com um personagem icônico e muito popular dos filmes de terror, o Chucky. O problema é que o comercial não foi bem aceito, os consumidores alegaram que o vídeo transmitia medo nas crianças.
Assim, o CONAR aceitou as explicações e recomendou o arquivamento da representação. Confira:
Apesar da maioria dos exemplos serem de publicidades veiculadas na televisão, o meio digital não está livre. Principalmente porque na internet as pessoas sentem-se mais a vontade para expressar suas opiniões e insatisfações. Por isso conhecer o Código Brasileiro de Autorregulamentação Publicitária é indispensável.
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